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sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

e o que mais poderia ser? Feliz Natal!!!

Há anos, não sei bem dizer quantos, a minha mãe plantou um pinheiro que tinha servido de árvore de Natal, na porta da nossa casa. Eu vi pouco a pouco, a cada Natal este pinheiro crescer e hoje ele tem cerca de uns 15 metros de altura. Sempre quis fotografá-lo mas nunca tinha conseguido traduzir o quão lindo achava aquela árvore de Natal plantada, pela minha mãe, à frente da nossa casa. Um dia ouvi um pássaro a cantar, mas nunca, nunca imaginei que ele estaria ali, assentado, como uma estrela, no topo do pinheiro de Natal. É daquelas coisas que acontece. Simplesmente. E nada mais bonito do que a Natureza para nos mostrar que Ele está sempre por aqui, nos abençoando. Desejo a todos um Feliz Natal junto da sua família e amigos. 




sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Paisagem e Manoel de Barros



Bom é 
constar das paisagens 
como um rio, uma pedra.

Meu requinte 
é chegar às vilezas
com castidade.

Já me dei ao desfrute
de ser ao mesmo tempo 
pedra e sapo

Preciso de alcançar
a indulgência 
pedral 

Poema de Manoel de Barros no livro Arquitetura do Silêncio, 2015 

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

DIA DE CHUVA

a música


O Leãozinho, Caetano Veloso e Maria Gadú



o poema  


Uma chuva é íntima
Se o homem a vê de uma parede umedecida de moscas;
Se aparecem besouros nas folhagens
Se as lagatixas se fixam nos espelhos 
Se as cigarras se perdem de amor pelas árvores 
E o escuro se umedeça em nosso corpo

Poema de Manoel de Barros, do livro Arquitetura do Silêncio




as fotos 







quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

FRIO

Não tem jeito, mesmo depois de 12 anos de Portugal ainda morrrrrroooo de frio no inverno. 


sábado, 5 de dezembro de 2015

A CABEÇA NO AR



"As coisas melhores são feitas no ar,
andar nas nuvens, devanear,
voar, sonhar, falar no ar,
fazer castelos no ar
e ir lá para dentro morar,
ou então estar em qualquer sítio só a estar,
a respiração a respirar,
o coração a pulsar,
o sangue a sangrar,
a imaginação a imaginar,
os olhos a olhar
e ficar muito quietinho a ser,
os tecidos a tecer,
os cabelos a crescer.
E isso tudo a saber
que isto tudo está a acontecer!
As coisas melhores são de ar
só é preciso abrir os olhos e olhar,
basta respirar."


Poema "Cabeça no Ar" de Manuel António Pina do livro "O Pássaro da Cabeça"

LIBERDADE

Quando vi a fila que tinha de enfrentar para pagar as prendas de Natal pensei que era uma boa passar pelos livros e pegar alguma coisa para ler enquanto esperava. Achei este excelente “As encarnações de Pitágoras”, do Afonso Cruz. Não é um livro espírita J... é uma brincadeira deliciosa sobre vários personagens.. Um deles transcrevo aqui, para ilustrar a foto desta floresta maravilhosa que é o Monsanto, em Lisboa.

V
VOGEL, BONIFAZ
Tinha um vaso onde não crescia flores. Da mesma maneira que tinha uma gaiola onde não cresciam pássaros. Era assim que ele criava liberdade.


                                                                                                                                 AFONSO CRUZ