shareportugal.blogspot.com

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Sebastião Salgado em Lisboa

Ainda dá tempo de ver a exposição do Sebastião Salgado.

Eu me lembro bem qual é último dia da exposição em Lisboa. 2 de agosto. Gravei este dia, porque não queria perder de jeito nenhum.

Mas, fui no primeiro dia.

Como brasileira que sou, já tinha ouvido falar este nome: Sebastião Salgado. Nosso primeiro encontro foi na casa de um primo aficionado por fotografia, onde vi um livro, com fotos lindíssimas, e tristíssimas. Era um livro de fotojornalismo. De realidade, dura e crua da vida. Não consegui ver muitas páginas.

Há cerca de três meses, vi que ele iria fazer uma exposição, em Lisboa, na Cordoaria Nacional, sobre o seu trabalho Gênesis: fotografias, tiradas ao longo de 8 anos, nos 46% do planeta que ainda estão lindos e intocados como no tempo do “gênesis”.

Comecei a ler sobre sua vida, wikipedia, sites, blogs, e em poucos dias, sabia mais da vida dele do que da minha... arrumei maneira de estar no primeiro dia da exposição. Perguntei a vendedora do ticket da entrada se ele ainda estava em Lisboa... ela disse que ele estava lá, naquela hora. Vendo a minha cara de “fã” advertiu-me que deveriam ter muitas pessoas à volta dele, que seria praticamente impossível uma aproximação. Esclareci que não era este género de “tiete”, que vê-lo de longe já seria suficiente.

Mas, o destino encarregou-se de me colocar ali, numa visita guiada pelo próprio, com “meia dúzia” de pessoas. Só. De tênis, mochila nas costas, de uma humildade de quem viu de tudo neste planeta.

Já vi o documentário, “Sal da Terra”, feito pelo seu filho. Já li o livro escrito por ele e Isabelle Franco, sobre a sua vida, “Da minha Terra à Terra”. E parece que não chega.

É mesmo bom saber que vivemos no mesmo planeta que pessoas como esta. Num momento que tomamos consciência de tanta coisa, temos um trabalho como este, de um homem de 71 anos que fez “das tripas ao coração” para nos mostrar que ainda temos chance, com 46% de maravilhas intactas.


Até o dia 02 de agosto de 2015, na Cordoaria Nacional, em Lisboa, a exposição de muitas, muitas fotos maravilhosas, por 5 euros.











quarta-feira, 8 de julho de 2015

Fadas-meninas

Há fadas-meninas 
sorrindo nas cores, 
fadas pequeninas
nascendo nas flores

Não digas mais nada, 
senta-te ao pé delas.
Sentirás as fadas, 
não precisas vê-las...

Luísa Barreto 


segunda-feira, 6 de julho de 2015

Meu pastor de ovelhas


Eu nunca guardei rebanhos,
Mas é como se os guardasse.
Minha alma é como um pastor,
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações
A seguir e a olhar.
Toda a paz da Natureza sem gente
Vem sentar-se a meu lado.
excerto do poema O guardador de rebanhos, de ALBERTO CAIEIRO.

BAILARINA, de Cecília Meireles


A bailarina

Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
Não conhece nem dó nem ré
mas sabe ficar na ponta do pé.

Não conhece nem mi nem fá
Mas inclina o corpo para cá e para lá

Não conhece nem lá nem si,
mas fecha os olhos e sorri.

Roda, roda, roda, com os bracinhos no ar
e não fica tonta nem sai do lugar.

Põe no cabelo uma estrela e um véu
e diz que caiu do céu.

Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.

Mas depois esquece todas as danças,
e também quer dormir como as outras crianças.

Cecília Meireles 

domingo, 5 de julho de 2015

"A poesia salva o minuto". Matilde Campilho

Adorei o que a poeta portuguesa, Matilde Campilho, disse na Flip, Festa Literária Internacional de Paraty:

“É preciso, sim, desenhar, é preciso fazer canções. A poesia, a música uma pintura, isso não salva o mundo, mas salva o minuto. E é suficiente. A gente está aqui para dançar um pouco sobre os escombros. O cirurgião vai tentar salvar todas as vidas que puder. A gente vai poder salvar os segundos – da minha vida, da vida de todos meus amigos.”

só acrescentava à poesia, à música e à pintura: a fotografia. Acho que ela também salva o minuto!


Dois irmãos

Os dois irmãos

 Eu conheço dois meninos que em tudo são diferentes. 

Se um diz: "Dói-me o nariz!" o outro diz: "Ai, meus dentes!" 

Se um quer brincar em casa, o outro foge para o monte; 

e se este a casa regressa, já o outro foi para a fonte. 

É difícil conviver com tanta contradição. 

Quando um diz:"Oh, que calor!", "Que frio!" - diz o irmão. 

Mas quando a noitinha chega com suas doces passadas, 

pedem à mãe que lhes conte histórias de Bruxas e Fadas. 

E quando o sono esvoaça por sobre o dia acabado, 

dizem "Boa noite, mãe!" e adormecem lado a lado. 


Maria Alberta Meneres