Este é o último sorriso da terra, desta semana... sorriso de um menino com a sua Tia-bisavó. Vou contar para vocês como conheci a Tia Arminda, alguns anos antes desta foto.
Tinha chegado há pouco tempo em Portugal quando fui visitar a terra do meu sogro na Beira Baixa, lugar do qual já falei bastante aqui esta semana. Era Páscoa, mesa farta na casa da Rosário e do Chico: queijo, pão, bacalhau, doces, enchidos, vinho, azeitona, e todas as delicias que puderem imaginar. Comi pra caramba. Em seguida, íamos dar uma volta pela vila, para que eu pudesse conhecer o resto da família. Foi a primeira vez que vi matarem um porco. Contaram-me que matavam o porco na época do Natal e faziam enchidos para o ano inteiro. Continuando o passeio, cheguei à casa da Tia Arminda, a senhora da foto, cheia de gente da família. E, adivinhem? Mesa cheia... e em casa de português... aceita um doce? Um queijo? Não, obrigada, estou satisfeita, acabei de almoçar. E eis que o neto dela, com um ar muito sério, me diz que era melhor eu aceitar alguma coisa, senão ela ficava chateada...e escolhi um copo de vinho do Porto e um pedaço de tronco (bolo de chocolate). Agora já aprendi. Quando vou à terra, não encho a barriga logo na primeira casa que é para comer um pouquinho em cada casa e ninguém ficar chateado...
A Tia Arminda tem 83 anos, vividos na terra.
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